segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O QUE SÃO OS CAMBONOS



O QUE SÃO OS CAMBONOS

O termo “cambono” ou “cambone” tem origem angolana, “Kambono” e significa:
 - São as pessoas que não entram em transe mediúnico, exercendo diversas
atividades e responsabilidades dentro de um ritual sagrado.
 Portanto, este termo já era bem conhecido antes do surgimento da Umbanda, e
utilizado pelos cultos de origem afro. Posteriormente foi absorvido pela religião
de Umbanda para designar os “obreiros” (trabalhadores, auxiliares) dos guias
espirituais no trabalho mediúnico.
 Cambone = obreiro = trabalhador = trabalho = desenvolvimento = conhecimento
= firmeza = atenção = respeito = educação = ética = responsabilidade.
 Ao contrário do que muitos pensam, os cambonos são tão importantes quanto os
médiuns de trabalho, pois são eles que ajudam a garantir segurança, firmeza e
proteção para o grupo, e para o trabalho; enquanto os outros, juntamente com os
seus Guias Espirituais, desenvolvem o trabalho assistencial em atendimentos
fraternos.







CUIDADOS QUE TODOS DEVEMOS TER
Estar pronto e na corrente 15 minutos antes da abertura do trabalho. Essa é a hora de
relaxar, esquecer os problemas, e se conectar com a espiritualidade através da oração.
Nesse momento o silêncio é muito importante.
 Observar a forma adequada de se movimentar dentro do terreiro, principalmente
durante o atendimento público. Orientar a assistência nesse sentido agiliza o trabalho.
 Evitar tocar os médiuns quando estiverem incorporados. Não esquecendo os cuidados
necessários no casos de médiuns no início de desenvolvimento, bem como pessoas da
assistência.
 Conversar com o médium para saber o nome da entidade que vai cambonar, o que essa
entidade utiliza no trabalho, onde encontrar o material necessário. Procure saber como
a entidade trabalha e como pode ajudar.
 Evitar sempre que possível durante os trabalhos ir ao banheiro, beber água , comer.
Caso seja realmente necessário, vá mas volte o mais rápido que puder.

COMO EU POSSO SER UM BOM CAMBONO?
Ter responsabilidade - Tanto quanto o médium de trabalho, o Cambono precisa
conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as
energias humanas, a fim de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os
seus colegas médiuns.
 Ter firmeza mental e emocional – evitar desequilíbrios emocionais, pensamentos que
não correspondem ao trabalho em questão, e que possam vir a comprometer a sua
própria segurança, do médium, ou do grupo em si. Evitar distrair-se com brincadeiras,
ou assuntos paralelos, pois a fraqueza de pensamento é a principal porta de entrada
para os espíritos negativos, mal-estar, etc.

 Ter compromisso com o Terreiro, o grupo, os Guias Espirituais e os assistidos
 Corrente = egrégora = campo estrutural = pensamentos elevados = espiritualidade
 = fé = amor e vontade = fazer o bem para si próprio, para o grupo e para o próximo.
Ter compromisso com a casa que trabalha - conhecendo e observando os regulamentos
internos e a doutrina, a fim de segui-los; explicá-los, quando necessário, e fazê-los
cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro do Terreiro;
colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas do núcleo.
 Com o grupo de trabalhadores em que atua: - evitando faltar às reuniões sem motivos
justos, ou faltar sem avisar o dirigente; procurar ser sempre pontual nos trabalhos e
atividades relativas; colaborar com a ordem e o bom andamento dos trabalhos.
 Com os Guias Espirituais - lembrando que eles contam também com os Cambonos para
atuar na parte material organizando o que for necessário para o bom andamento dos
trabalhos a serem realizados. Os cambones também são doadores de fluidos que são
utilizados para sustentação e harmonização do ambiente. Os Guias Espirituais devem
ser atendidos sempre com presteza, atenção e respeito, independente da gira de
trabalho.
 Com os assistidos: encarnados e desencarnados, que buscam ajuda no Terreiro e devem
ser recebidos e tratados com esmero, dedicação e educação.
Ausência de preconceito - O médium Cambono não pode ter qualquer tipo de
preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados. Ele não está ali para
julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para
que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça divina.
 Discrição - Nunca deve, fora ao dirigente da casa, relatar ou comentar, dentro ou fora
do Terreiro, às informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos
que vê nos trabalhos de que participa.
 A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos,
encarnados e desencarnados, como também por segurança, para que entidades
espirituais menos esclarecidas envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a
trabalhadores, provocando desequilíbrios.
 Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio
de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores, e
somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos, ou nas Giras de Desenvolvimento
Mediúnico.
 Sigilo, equilíbrio, bom senso, maturidade, para que os problemas alheios não
 sejam absorvidos ou tomados como causas pessoais.
É importante que todos procurem estudar a doutrina e observar os
procedimentos de trabalho e todas as normas de conduta que entidades
espirituais e médiuns devem ter dentro do Terreiro. Caso perceba qualquer coisa
estranha ou que desconheça reporte-se ao Dirigente ou ao Cambono Chefe para
esclarecer as suas dúvidas e receber orientações de como proceder
 Comandante Chefe de Terreiro – Cambono Chefe – Cambone = Hierarquia
 Coerência:
Tanto os Cambonos quanto os médiuns de trabalho, devem procurar manter
conduta sadia e elevada, dentro e fora do Terreiro em que trabalha, para que
não seja alvo da cobrança de entidades espirituais desequilibradas, no
intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos.
Todos estamos trabalhando em busca do nosso crescimento espiritual, por
isso devemos ficar atentos as nossas responsabilidades, ao esforço e a
dedicação necessários para seguirmos firmes esse caminho.
COMEÇOU A GIRA, O QUE EU FAÇO?
Cambones e sua função – cambone chefe, cambone do médium de trabalho, cambone
de assistência, cambone auxiliar.

Cambone-Chefe – Precisa ter o conhecimento de todo o ritual que envolve as giras, para
poder orientar os demais filhos, sobre o modo como trabalham os guias; precisa
conhecer a doutrina e as normas seguidas no terreiro (horários, acessos,
comportamento, roupas adequadas, material, fundamentos, regras, deveres, direitos);
ter a atenção quadriplicada, para atender as solicitações do guia chefe de trabalho,
assim como observar (médiuns, cambones, assistência) e zelar pelo bom andamento e
agilidade dos trabalhos. Ele é quem transmite as ordens dos Guias Chefes de cada gira,
por isso deve ser prontamente atendido. Precisa conhecer bem a doutrina e sobre
mediunidade, para saber lidar com as diferentes formas de manifestações espirituais, e
se for o caso, saber doutriná-las.
- Puxadas/ Transporte
- Linha de Omulu
- Entidades de pessoas da assistência
Cambono Chefe = Firmeza – Controle Emocional – Serenidade – Postura
Cambones dos médiuns de trabalho
 Assim como os médiuns de trabalho seguem as recomendações do dirigente com
relação aos cuidados (banhos de ervas, condutas, comportamento, postura, etc), a regra
é a mesma para os cambones.
 O cambone tem que compreender que ele não é empregado do médium, nem da
entidade espiritual, pelo fato de ter que servir ao trabalho espiritual, seja acendendo um
charuto, uma palha, segurando um cinzeiro ou fazendo anotações. Pelo contrário, ele
está auxiliando e muito a parte material do trabalho, está sendo fraterno e colaborador.
 Do ponto de vista espiritual, as entidades do cambone (que também é um médium em
desenvolvimento, mesmo não tendo mediunidade de incorporação), suas entidades
estão muito próximas, e trabalham em conjunto (muitas vezes sem que eles percebam),
com as entidades dos médiuns de incorporação. Por essa simples razão, é de suma
importância que o cambone esteja sempre com os pensamentos elevados, atento ao
trabalho, evitando distrair-se, o que seria prejudicial à ele próprio e ao meio no qual
interage.
 Quem zela pelos itens de trabalho usados pelas entidades dos médiuns de trabalho, são
os próprios médiuns, cabendo então aos cambones tirarem todas as dúvidas com o
responsável do que será usado, antes do trabalho iniciar.
 Servir na função de cambone, não implica em bloqueio de mediunidade. Pelo contrário,
é uma experiência riquíssima no desenvolvimento de qualquer tipo de mediunidade, o
contato direto com a entidade incorporada.
Nenhum médium de trabalho está autorizado pelo dirigente a realizar puxada.

Mas, o consulente passou pela entidade, o guia do médium não puxou, e de repente ele
deu passagem, o que eu faço como cambone?
 1. Mantenha a calma e a prece mental, cabeça firme, pensamentos elevados, pois suas
entidades também estão ali auxiliando nos trabalhos. Observe e procure entender o por
que aconteceu o fato.
 2. Se o consulente é um médium de incorporação e deu passagem, a entidade que
estiver atendendo irá fornecer as diretrizes – O que aquele espírito deseja falar, pedirá
para ele descarregar o cavalo e subir. E isso o cambone deverá orientar o assistido
incorporado, sempre com educação e respeito.
 3. Manter o respeito entre consulente e entidade, evitar contatos físicos inadequados.
 4. Ficar atento caso um consulente desrespeite a entidade, com palavras, testes, pedidos
fora de propósito, que interfiram no livre-arbítrio. O cambone só deve interferir caso a
entidade sinalize!

 Um bom cambono deve estar sempre estudando, aprendendo e buscando sempre
melhorar, para poder ser um bom instrumento da espiritualidade, e um bom orientador
dos seus irmãos!
A entidade do médium de trabalho pediu para o consulente fazer um trabalho diferente
do que seguimos no terreiro, o que eu faço como cambone?
1. Qualquer dúvida da forma de se trabalhar no terreiro, deve ser tirada com o
dirigente, de preferência no dia de desenvolvimento e educação mediúnica.
A entidade do médium de trabalho fala enrolado, baixo, quase não dá para entender o
que ela diz, o que eu faço como cambone?
1. Quanto maior sua concentração e atenção nos trabalhos, melhor será o seu
entendimento.
2. Normalmente as entidades falam baixo, pois cabe somente ao consulente ouvir as
mensagens transmitidas.
3. Se não entendeu o que a entidade disse, peça educadamente para ela repetir a
mensagem, de forma que você possa traduzi-la, sem interferir. Por mais simples que
sejam as palavras usadas, as entidades de luz sabem exatamente o que estão dizendo.
Cambone da assistência e Cambone auxiliar
 O Cambone da Assistência, tem a função de distribuir e controlar as fichas de
atendimento, manter a ordem e organização, permitindo maior fluidez e agilidade nos
trabalhos de atendimento; deve zelar pela segurança, orientar o público em caso de
possíveis dúvidas que venham a surgir, sobre a maneira que se trabalha no terreiro,
dias, horários; assim como dar assistência e tomar as providências necessárias, caso
alguém esteja passando algum mal-estar, seja ele físico, emocional ou espiritual.
Além disso, o Cambone de Assistência também tem a função de relatar diretamente ao
Cambone-Chefe, quaisquer anormalidades que venham a prejudicar o andamento dos
trabalhos, ou que fujam as regras e procedimentos do terreiro.
 Cambone Auxiliar, tem a função de observar o andamento da gira; no intuito de
procurar compreender como e porque o terreiro trabalha daquela forma. Ele deve
também auxiliar ou substituir o cambone de trabalho, ou de assistência quando for
necessário, zelar pela segurança, ordem, respeito dentro dos trabalhos. Deve procurar
ser proativo, verificar se alguém precisa de ajuda, ou de alguma orientação que ele
possa dar dentro do seu grau hierárquico e do seu conhecimento. Em caso de dúvida,
pergunte sempre para o mais antigo, ou para o dirigente no momento que for oportuno.
 Os filhos da casa, cambones e médiuns, são os cartões de visita do terreiro!
 São Sacerdotes do fogo, da terra, do ar, da água, das matas, da humanidade, das
almas. Ou seja, temos o compromisso com a espiritualidade. Por isso devemos vigiar
nossas posturas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O presente curso foi dirigido aos cambones, mas serve também para orientação dos
médiuns de trabalho e filhos da casa.
 1. Um ambiente de paz e tranqüilidade favorece muito a todos, por isso vamos evitar
brincadeiras e conversas paralelas até o fim dos trabalhos; evitar a todo custo a
formação de rodinhas, grupinhos, panelinhas, piadinhas, risadinhas, fofocas, que
favorecem imensamente a infestação de fluidos negativos, correndo o risco de sair da
Gira passando mal.
 2. Para um perfeito andamento dos trabalhos, é necessário uma postura mais serena de
todos os filhos da casa, mantendo a concentração, para estar em harmonia com a
egrégora do terreiro;
3. O silêncio e a prece, favorecem não somente os médiuns de trabalho (incorporação),
mas os cambones para que tenham uma boa comunicação com as entidades; e também
servem para a assistência, para que ela possa se equilibrar e perceber que está
realmente em solo sagrado, ou seja dentro de um templo religioso!
 4. Todos que entram no terreiro estão sendo amparados e tratados pela espiritualidade.
Lembrar que quando entramos, Oxalá está de braços abertos recebendo a todos sem
distinção. Por isso temos que manter o silêncio, a prece e o respeito. A assistência vê
tudo o que acontece nos trabalhos: desde a roupa que vestimos, a nossa postura, até o
nosso comportamento; por isso temos que dar bons exemplos!
 5. Jamais um cambone deve julgar ou comentar as consultas assistidas, com outras
pessoas. Qualquer anormalidade levar sempre ao conhecimento do dirigente
 6. Procure sempre observar a forma da entidade trabalhar e crie uma sintonia positiva,
através da concentração e do respeito. Dessa forma a entidade poderá se comunicar
mais facilmente com o cambone, seja através do seu linguajar próprio, ou até mesmo no
mental de forma intuitiva. Quanto maior a concentração do cambone, melhor o seu
desenvolvimento e entendimento.
7. Estar sempre atento e disposto a ajudar no que for preciso! Exemplo: dias em que
temos mais de uma linha de trabalho (Gira de Caboclos Bugres, Gira de Baianos, Gira de
Boiadeiros, Gira das Crianças, etc); Procurar entender o que é necessário fisicamente,
como a disposição do espaço, das pessoas, dos materiais utilizados, no intuito sempre
de manter a organização e a segurança, para o perfeito andamento dos trabalhos. Estar
atento a assistência, porque sempre tem pessoas mais sensíveis as vibrações, e às vezes
pela falta de conhecimento, sentem-se mal. Outras podem ter algum distúrbio mental,
ou físico, e precisam ser amparadas também, sempre com muito respeito. Todo cuidado
é pouco!
8. Estar atento quando alguém da assistência vai ao banheiro ou beber água, visto que
muitos objetos pessoais dos filhos da casa estão próximos, assim como o material de
uso do próprio terreiro, como por exemplo a biblioteca, as velas, etc.
9. Resguardar-se desde o dia anterior aos trabalhos, evitar comidas pesadas e bebidas
alcoólicas, festas, baladas, sexo, brigas, intrigas, fofocas, etc...Tudo o que é desta
natureza, sobrecarrega o corpo físico e intoxica o espiritual. Como nós poderemos
ajudar uma pessoa, que sofre desses males, se nós mesmos estamos intoxicados?
Trabalho difícil não é?

EXU MIRIM : AS CRIANÇAS ESQUECIDAS



EXU MIRIM : AS CRIANÇAS ESQUECIDAS

Falar de Exu Mirim é falar de uma falange de espíritos que, apesar de inseridos como trabalhadores da Corrente Astral de Umbanda, ao longo dos anos, foram colocados do lado de fora dos Terreiros por puro preconceito, nascido da falta de conhecimento e da intolerância com "O Diferente".Toda discriminação é fruto da falta de competência para lidar com situações que fogem ao "senso comum". É mais fácil omitir, esconder, ignorar,desprezar do que aceitar, educar, doutrinar. Para isso, seria precisa um mínimo de esforço para aceitar "O outro" em sua essência e buscar um relacionamento saudável. Muitos umbandistas(infelizmente a maioria), por não conhecerem e não terem coragem de enfrentar desafios, ignoram solenemente esses "meninos rebeldes" da esquerda:Os Exus Mirins.


 

Exu Mirim é uma falange de espíritos "infantilizados" que trabalham na linha dos Exus. São as "Crianças da Esquerda".Militam ao lado dos Guardiões .Estão para estes do mesmo modo que as "Crianças da Direita"(Ibejis) estão para Caboclos e Pretos Velhos. São grandes trabalhadores do astral e por terem a roupagem fluídica e o mental de crianças apresentam características da personalidade infantil ainda em processo de lapidação: curiosidade, falta de limites,rebeldia,extrema sinceridade e intolerância. Imaginem que os Ibejis sejam aquelas crianças que todos queriam como filhos:dóceis, amorosas,inocentes. Os Mirins seriam os filhos rebeldes,questionadores e difíceis de conviver . Aquelas crianças que escondemos das visitas. São os trabalhadores de Umbanda que muitos terreiros escondem ou deixam do lado de fora por não saberem como lidar com eles. Mas Exu, que é sábio e conhece a fundo os Mirins, sabe que o trabalho desses "Exuzinhos " é imprescindível na corrente astral de Umbanda. Por isso acolheu esses espíritos em sua linha, e trabalha lado a lado com esses grandes "Pequenos Guardiões". Exu Mirim é a criança que precisamos doutrinar e amar. Cabe ao médium conhecer e saber trabalhar com essa vibratória, doutrinando e nunca permitindo se influenciar pelo mental poderoso dos Mirins. O Médium deve agir como um tutor que precisa ser muitas vezes rígido e nunca se desequilibrar mentalmente quando estiver trabalhando com esses espíritos. Muitas das façanhas de Exu Mirim se devem ao comportamento do médium . Do mesmo modo que muitos discriminam e julgam os Exus, por desconhecerem que os excessos cometidos por essas entidades partem muito mais do médium do que propriamente desses guias tão responsáveis e conhecedores do seu papel no astral. Os Exus Mirins foram vítimas da falta de conhecimento dos terreiros. Por isso foram julgados,sem direito a defesa, e condenados ao exílio.

Os Mirins são grandes trabalhadores do astral. Possuem grande conhecimento de magia e manipulam com maestria os elementais. São freqüentemente enviados,pelos Exus, aos submundos do astral como espiões. Sua sagacidade, rapidez e coragem fazem com que possam se infiltrar nas zonas inferiores sem serem percebidos. Quando enviados em missão desagregam e neutralizam trabalhos de baixa magia com a mesma facilidade que plasmam campos de força para a proteção de terreiros ou outros lugares sob a proteção dos Exus. Como quase não trabalham atuando em um médium ,quando chegam nos terreiros demonstram certos hábitos adquiridos no astral, como esconder ou camuflar o rosto. Costume adquirido por frequentemente estarem infiltrados entre os espíritos da baixa espiritualidade. Por raramente estarem interagindo com médiuns , quando estão entre os encarnados se mostram ariscos e desconfiados. No entanto, quando respeitados e bem acolhidos demonstram fidelidade e até mesmo uma certa afabilidade.

Os Exus Mirins obedecem a mesma hierarquia que os outros Exus. Não podemos esquecer que apesar de espíritos infantilizados, não deixam de ser EXUS. Trazem no ponto riscado: Os símbolos mágicos condizentes com a linha que trabalham. Os sinais cabalísticos identificam a falange a qual pertencem, o guardião a quem obedecem e o Orixá a quem estão ligados por afinidade .Recebem o "Nome de Guerra" de acordo com sua falange ou com o elemento natural que representam. Assim temos Exus Mirins do fogo, da terra, da água e do ar, se apresentando com os nomes de Labareda, Foguinho,Faísca,Fagulha, Brasinha, Caveirinha,Calunguinha, Pó de Terra, Toco de osso, Toquinho,Tiquinho,Ondinha,Malandrinho, Maria Caveirinha, Mariazinha da Calunga, Corisco, Barinha, Fumaça,Trovoada e tantos outros nomes que se apresentam nos terreiro.

As crianças da esquerda existem. Isso é um fato incontestável. São elas os incompreendidos e desprezados Exus Mirins. Os espíritos da corrente de Umbanda que foram rotulados e assumiram o arquétipo de "meninos maus". Os degredados dos terreiros, isolados,condenados ao abandono,amaldiçoados. Crianças rebeldes que fumam, bebem e atazanam a vida de quem os contrariam. Crianças de quem ninguém assume a paternidade.

Já é tempo de consertarmos essa grande injustiça. A Umbanda,mãe amorosa que acolhe a todos sem distinção, amparando e guiando um número infinito de espíritos encarnados e desencarnados, não pode abandonar os Mirins a sua própria sorte, condenando ao exílio uma de suas linhas de trabalho mais aguerridas no combate a baixa espiritualidade. Mirim é o olho que tudo vê, depurando e auxiliando os espíritos necessitados. São os "pupilos" de Exu, que os amparou dando-lhes um campo de ação na Lei de Umbanda. Os Mirins vêm resistindo bravamente ao preconceito e descaso com que são tratados, mas não deixam de cumprir o seu papel de "Pequenos Soldados da Lei". Vencendo demanda para filho de fé. Até por aqueles que olham com desprezo e desconfiança os pequeninos Exus trabalhando no terreiro. Para esses, Mirim deixa um recado: "Sou a escuridão da luz e a luz da escuridão. Sou o reflexo da tua alma. Fogo,terra,água e ar. Magia de redenção e perdição. Sou ambíguo. Exu. O menor de todos. Pequenino em minha grandeza. Apenas MIRIM!

EXU MIRIM

Os Exus Mirins são Seres Encantados de uma Dimensão à Esquerda da nossa. Eles não são humanos.

Na respectiva Dimensão, algum deles são seres infantis. Mas os que se manifestam nos Trabalhos Religiosos de Umbanda já trazem da sua Dimensão um nível de evolução diferenciado. Além disso, também são preparados para vir, até obterem a licença do Divino Criador e dos Sagrados Orixás que os amparam nesse trabalho junto à nossa humanidade.

Exu, Pombagira e Exu Mirim formam o triângulo de forças à Esquerda da Umbanda.

Exu Mirim e Pombagira Mirim NÃO são filhos de Exu e de Pombagira. São arquétipos adotados pela Umbanda para englobar numa só Linha de Trabalhos Espirituais todos os Seres Encantados das Dimensões da Vida à nossa Esquerda, pois estamos ligados mentalmente a eles por meio de cordões energéticos. Em decorrência desta ligação mental, ou nos mantemos em equilíbrio com eles, ou somos afetados de forma acentuada.

Exu Mirim é um dos Mistérios que a Umbanda buscou e incorporou, em sua fundamentação Divina.

A Criação Divina é infinita em todos os sentidos, inclusive nas funções Divinas exercidas pelos seres. Deus não criou nada ou ninguém que não tivesse sua função na Criação.

Nós, espíritos humanos, estamos ligados mentalmente a um Exu Mirim, à nossa esquerda, por um cordão energético invisível aos nossos olhos materiais, mas não à visão superior do espírito.

Também estamos ligados a outras espécies de Seres Encantados e Naturais, assim como a espécies de animais, aves, répteis, plantas etc.

Temos uma ligação mental com cada Dimensão da Vida. Se ela for equilibrada, isso nos beneficia; mas se for desequilibrada, nos prejudica.

Nossas ligações mentais com outros seres e espécies visam a nos manter em equilíbrio com toda a Criação, pois no Corpo de Deus somos só uma “célula”, uma consciência, e nada mais. Além disso, elas nos mantêm amparados por toda a Criação e, ao mesmo tempo, nos impulsionam a viver de forma harmônica com outros seres e espécies.

Certos desvios de personalidade tratados pelas ciências médicas, certas alterações de humor, certos comportamentos anti-sociais, certos fanatismos etc., têm a ver com desequilíbrios existentes com os seres na outra ponta das nossas ligações mentais, espirituais e conscienciais.

O desequilíbrio com os Seres Encantados da Direita, englobados no arquétipo Erês (Crianças), gera uma série de transformações em nossa consciência e em nossos comportamentos.

O desequilíbrio com os Seres Encantados da Esquerda, englobados no arquétipo Exu Mirim, gera uma alteração comportamental e consciencial de caráter, de humor e emocional tão intensa que a pessoa começa a regredir e fecha-se em si mesma.

Tendo Exu Mirim (à Esquerda) e os Erês (à Direita) em equilíbrio conosco, isto faz com que sejamos alegres, dispostos, de bom humor, falantes e sonhadores.

Ao contrário, estando em desequilíbrio com um deles ou com ambos, nos tornamos taciturnos, melancólicos, irritados, cabisbaixos, isolacionistas, sem iniciativas e sem criatividade; sentimo-nos velhos e sem ânimo para mais nada. Alguns negativismos afloram em nós: avareza, mesquinhez, egoísmo, irritabilidades à flor da pele, incapacidade de raciocinar coisas novas, intolerância com crianças etc.

Por um lado, tais ligações existem e não podem ser rompidas. Por outro, os Seres Encantados são portadores de poderes excepcionais que, doutrinados de forma correta, muito nos auxiliam. Então, a Umbanda optou por incorporá-los à Direita (os Erês) e à Esquerda (os Exus Mirins e as Pombagiras Mirins).

A Umbanda só adotou arquétipos que pré-existem em outras Dimensões da Vida e estão fundamentados em “raças espirituais” ou em mistérios religiosos.

Os Caboclos estão fundamentados no Mistério Guardião.

Os Pretos Velhos estão fundamentados no Mistério Ancião.

Os Erês estão fundamentados nos Seres Encantados das Dimensões da Vida à nossa Direita.

Os Exus estão fundamentados no Orixá Exu.

As Pombagiras estão fundamentadas no Mistério Orixá cujo nome em Iorubá não foi revelado- e que na Umbanda é chamado de Orixá e Mistério Pombagira-, que rege os desejos. [* Observação: Desejo no sentido de estímulo, de vontade de viver, vontade de fazer, vontade de alcançar objetivos etc.]

Já os Exus Mirins estão fundamentados nos Mistérios de um Orixá que rege os instintos “infantis”, cujo nome não foi revelado, e que na Umbanda denominamos de Orixá Exu Mirim.

Exus Mirins não são espíritos de “meninos maus”, como pensam alguns; assim como as Pombagiras e os Exus não são espíritos de ex-prostitutas e ex-bandidos.

Há poucos escritos que nos ensinem sobre o Orixá Exu Mirim ou que o fundamentem como Mistério Religioso. Isso deu margem a interpretações fantasiosas e até preconceituosas, levando muitos a acreditarem que os Exus Mirins seriam “espíritos de moleques de rua”, crianças mal-edu­cadas, encrenqueiras, “bocudas”, chulas etc. Esse desconhecimento acabou fazendo com que muitos dirigentes proibissem as manifestações de Exus Mirins.

Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma Linha Espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humil­des, respeitosos: a Linha das Crianças. Depois, começaram a se manifestar uns espíritos infantis briguentos, encren­quei­ros, mal-educados e intrometidos. Quando inquiridos, eles se apresentavam como “Exus” mirins, os “Exus infantis” da Umbanda, numa equivalência com um Erê da Esquerda existente no Candomblé. E Exu Mirim assumiu “o arquétipo de menino mau”, que lhe atribuíam. Ninguém questio­nava sobre tão controvertida Entidade, pois ele dizia que todo médium tem na sua Esquerda um Exu Mirim, além de um Exu e uma Pomba Gira.

A partir da crença inicial de que os Exus Mirins eram “meninos maus”, as incorporações dessas Entidades eram exageradas e fantasiosas, pois os médiuns acreditavam que tinha de ser assim. Os Dirigentes não tinham conhecimento sobre tais Entidades e nem meios de esclarecer e controlar seus médiuns, passando a proibir tais manifestações.  Na verdade, os Exus Mirins nada mais faziam do que extravasar os desvios íntimos daqueles médiuns, quando incorporavam.

Médiuns doutrinados e equilibrados incorporam Exus Mirins que realizam trabalhos de grande ajuda às pessoas. Quem precisa ser doutrinado é sempre o médium, e nunca as Entidades de Lei, que já vêm mais que preparadas para atuar entre nós...

Bom, se não havia escritos esclarecedores a respeito, pode-se perguntar por qual motivo os próprios Exus Mirins não explicavam quem eram e qual a sua função no Trabalho Religioso, para dar um fim naquela situação. A questão é: começa que eles não são humanos, são Seres Encantados de uma Dimensão à Esquerda da Dimensão Humana. Então, como explicar a realidade da qual vinham, como responder às perguntas (que sempre ocorrem!) a respeito das suas características e “identidades”, uma vez que estavam começando a surgir em nosso meio e não havia parâmetros de comparação entre a nossa realidade e a deles, para tornar compreensíveis tais informações? Era quase impossível. Então eles vinham e prestavam a ajuda que podiam, aceitando “o arquétipo de meninos maus” que lhes davam. Caso contrário, já teriam desaparecido do nosso convívio; e nem estaríamos aqui buscando refletir e compreender quem são os Exus Mirins e qual a sua função na Criação Divina...

Finalmente, não é demais ponderar que tudo vem ao seu tempo, conforme o nosso grau de amadurecimento, de entendimento e de merecimento perante o Astral Superior. Afinal, “desde que o mundo é mundo” (desde sempre!), Deus, as Divindades e os Mentores e Trabalhadores da Luz existem e atuam em nosso benefício; mas a nossa reflexão e compreensão a respeito disso começou há não muito tempo e a cada dia recebemos novas informações do Astral que ampliam o nosso entendimento sobre essas questões. Se hoje temos a possibilidade de um estudo teológico na Umbanda, a compreensão dos fundamentos da religião nos ajuda a perceber que tudo corre para o nosso melhor, pois todas as manifestações que acontecem nos Trabalhos Espirituais de Umbanda têm o amparo do Divino Criador e para uma função específica, sempre voltada para auxiliar a nossa evolução e o despertar de uma consciência ampliada do Todo da Criação.

Mais recentemente, a Espiritualidade vem nos trazendo novos ensinamentos a respeito das Divindades e das Linhas de Trabalho da Umbanda,  E a partir do livro “Lendas da Criação”, Exu Mirim assumiu uma função e importância que antes des­conhecíamos.

 “A função de Exu Mirim é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. A sua importância está em que, sem Exu Mirim nada pode ser feito na Criação, sem a sua concordância. Com Exu, dizia-se que “sem Exu, não se faz nada”. Já com Exu Mirim, “sem ele, nem fazer nada é possível”.


Características de atuação dos Exus Mirins

Os Exus Mirins são conhecidos por suas habilidades magísticas de “desatar nós”, desembaraçando situações entravadas.

Atuam principalmente a partir das intenções negativas dos seres, nem sempre reveladas; reduzem a “nada” as intenções maldosas, aplicando o Mistério Divino de que são portadores.

Exu Mirim tem domínio sobre “o Nada”, isto é, sobre o estado anterior à manifestação das nossas idéias e intenções. Cumpre esta função na Criação para preservar a vida, a paz e a harmonia entre os seres, para o equilíbrio do Todo.

Quando alguém vem alimentando, em seu íntimo, planos e intenções maldosas contra outrem, mas ainda não tomou atitude alguma que possa revelar o que está arquitetando, essa maldade “intencionada” é captada pelo Orixá Exu Mirim, e as Entidades Exus Mirins são acionadas para cortar mal na origem.

Enquanto a pessoa não põe em prática seus pensamentos de vingança, de ódio, de traição ou de qualquer outra intenção maldosa e injusta, nada se pode perceber. Mas Exu Mirim atua sobre este “nada”, justamente para que não se realize a maldade, paralisando o ser mal intencionado.

Diz-se que Exu Mirim capta as intenções negativas e faz regredir os seres negativados e maldosos, mas isto precisa ser mais bem compreendido. A expressão “faz regredir” não pode ser tomada ao pé da letra. Não é que Exu Mirim faça regredir aquele ser negativo; o que ele faz é identificar quem é, de fato, aquele ser e colocá-lo no seu lugar de merecimento na Criação. Pois uma criatura maldosa, invejosa e traiçoeira nem sempre aparenta ser assim. Parece “boazinha”, mas não é. Está entre pessoas de bom coração e desfrutando da sua confiança, mas não é como elas e não merece tal consideração. Então, esta pessoa de má índole receberá, mais dia menos dia, a atuação de Exu Mirim e será colocada onde merece estar. Neste caso, a atuação de Exu Mirim é a de um Executor da Lei Divina; Lei que sempre nos ampara, mesmo que não o saibamos. Ao mesmo tempo, Exu Mirim estará protegendo a vítima daquelas intenções negativas, sempre que ela faça por merecer o amparo da Lei, e ainda que não suspeitasse do que estava sendo tramado contra ela.

Por outro aspecto, Exu Mirim também atua amparando os seres equilibrados e merecedores do amparo da Lei, desembaraçando entraves e dificuldades dos seus caminhos, para que os seus projetos bons, saudáveis e justos se concretizem.

Em tudo e por tudo, como se vê, na atuação de Exu Mirim está Presente a Mão do Criador, a nos direcionar e amparar; e, se necessário, a nos corrigir, para evitar nossa persistência no erro e consequências mais danosas à nossa evolução.

A irreverência ou má educação compo­r­tamental não é típica dos Exus Mirins na Dimensão onde vivem. São naturalmente irrequietos e curiosos, sim; mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.

O que acontece é que os Exus Mirins são nossos refletores naturais. Eles refle­tem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exu e Pomba Gira.

Se o médium não está centrado, ou se tiver crenças negativas a respeito dessas Entidades (acreditar que fazem o mal, que usam de vocabulário grosseiro, que são indisciplinadas etc.), tudo isso virá à tona no momento da incorporação, pois Exu Mirim também põe para fora o que está oculto no íntimo dos médiuns.

Os Exus Mirins não aprovam ser invocados para demandas e magias negativas contra pessoas. Quando um médium os ativa pa­ra prejudicar seus desafetos, seu Exu Mirim se enfraquece automaticamente; e pode ocorrer que um quiumba tome o seu lugar junto ao médium, gerando-lhe toda a sorte de problemas, até que esse médium se conscientize e se corrija.

Eles raramente pedem seus assentamen­tos ou firmezas permanentes, preferindo receber ofe­rendas periódicas na natureza, tal co­mo as Crianças da Direita.

Gostam de manipular as bebidas mais agradá­veis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não.

Apreciam frutas ácidas e doces “duros”, tais como: rapadura, pé de moleque, quebra-queixo, cocadas secas e balas “ardidas” (de menta ou hortelã).


Nomes simbólicos: Os Exus Mirins se apresentam com nomes relacionados aos de Exus, só que no diminutivo. Exemplos: Exu Brasa/Exu Mirim Brasinha; Exu Porteira/ Mirim Porteirinha; Exu do Toco/Mirim Toquinho; Exu Calunga/Mirim Calunguinha; Exu Caveira/ Mirim Caveirinha; Exu Morcego/Mirim Morceguinho; Exu Sete Garfos/Mirim Sete Garfinhos; Exu Sete Chifres/Mirim Sete Chifrinhos; Exu Pimenta/Mirim Pimentinha; Exu Sete Coroas/Mirim Sete Coroinhas; Exu Cova/Mirim Covinha; Exu Veludo/Mirim Veludinho; Exu do Lodo/Mirim Lodinho; Exu da Praia/Mirim Prainha; Exu do Fogo/Exu Mirim Faísca ou Exu Mirim Foguinho; etc.

Saudação: Laroyê, Exu Mirim! Exu Mirim Modjubá!

Dia da semana: Não há um dia específico. A designação de um dia determinado pode estar relacionada com o Orixá que rege o campo de atuação da Entidade, em cada Terreiro.

Campo de atuação: Os Exus Mirins cortam intenções e atuações negativas que prejudiquem o equilíbrio da vida, a paz e a harmonia entre os seres; desembaraçam situações complicadas; promovem limpeza energética profunda; cortam magias negativas, principalmente as projeções mentais negativas. Alguns são curadores.

Ponto de força: No geral, as encruzilhadas. No particular, o ponto de força do Orixá Regente do seu campo específico, pois há Exus Mirins trabalhando sob a Irradiação de todos os Orixás.

Cor: Bicolor vermelho e preto.

Elementos de trabalho: Moedas; carrinhos de ferro; bonecos; brinquedos em geral; sementes; pedras; fitas, linhas e pembas pretas e vermelhas; velas bicolores preto/vermelho; ervas; sementes; pimentas; bebidas rituais.

Ervas:

1-Preferenciais: Casca de alho e de cebola; carapiá; laranja seca; limão; açoita cavalo; pinhão roxo; dandá (Fonte: Adriano Camargo.).
2-Outras:
Guiné – Quebra formas-pensamento baixas. Bom contra obsessões de natureza sexual. Ajuda na comunicação com os bons espíritos;
Limão (casca) – Queima os fluidos negativos e enfermiços;
Eucalipto– Desagrega as energias negativas e enfermiças; renova nossas energias e equilibra o emocional;
Cana-de-açúcar (palha e bagaço) – Dá força e vigor para se enfrentar as situações do dia a dia;
Canela– Condensador de fluidos benéficos; destrói miasmas astrais; afrodisíaco; atrai a prosperidade;
Absinto – Losna – Em banhos, ela desagrega fluidos negativos. Na defumação, afasta influência negativa;
Artemísia – Quebra as correntes de pensamentos negativos e traz proteção;
Bambu – Contra influências negativas;
Arruda – Ótimo protetor astral, desagrega larvas astrais e energias enfermiças. Quebra as formações energéticas negativas resultantes de acúmulos de pensamentos negativos e de atuações do baixo astral;
Alecrim– Desagrega energias enfermiças, limpa e purifica o ambiente, criando uma esfera de proteção; boa contra obsessão; afasta a tristeza;
Salsa – Para proteção, afasta a negatividade;
Poejo – Ótima para proteção e para acalmar os ânimos;
Pitanga (folhas) – Prosperidade e proteção;
Manjericão – Ótimo para tirar as energias negativas, trazer vida ao ambiente e às pessoas;
aumenta o magnetismo pessoal; atua contra a depressão e ansiedade;
Levante – Bom para proteção e abertura de caminhos.

Sementes: Olho de cabra e olho de boi.

Fumo/defumação: Manipulam charutos; cigarrilhas; fumos de ervas enroladas na palha  ou queimados diretamente.

Pedras: Ágata Preta, Turmalina Preta, Mica Preta, Ônix, Vassoura da Bruxa, Quartzo Fumê.

Bebidas: Alguns Exus Mirins manipulam bebidas com teor alcoólico e adoçadas; outros só manipulam bebidas e sucos doces e sem álcool.

Exemplos de bebidas: Groselha; maracujá; guaraná; mel; pinga com mel; groselha com pinga; pinga com melado de cana; pinga com melado de rapadura. Observação: A erva alcaçuz também serve para adoçar as bebidas de Exu Mirim, conforme a orientação de ADRIANO CAMARGO.

Frutas: Maracujá, guaraná, manga, limão, laranja, goiaba vermelha, ameixa escura; frutas cítricas, bem com as escuras e azedas em geral.

Flores: Cravo vermelho, cravina, cactos. 

 
Incenso: Laranja.

Oferenda ritual:

1-Toalhas ou panos preto e vermelho; • velas bicolores preto/vermelho; • fitas pretas e vermelhas; • linhas pretas e vermelhas; • pembas pretas e vermelhas; • flores: cravos; • frutas: manga, limão, laranja, pera, mamão; • bebidas: licores, cinzano, pinga com mel; • comidas: fígado bovino picado e frito em azeite de dendê, farofas apimentadas.

2- Farofa de farinha de milho amarela com pimenta; doces “duros”, tais como: rapadura, pé de moleque, quebra-queixo, cocadas secas; balas de menta ou hortelã (“ardidas”).

Cozinha ritualística:

1-Padês (ou farofas):

●Padê de açúcar cristal (para prosperidade)- Misturar 250g de farinha de milho amarela com 250 g de açúcar cristal e decorar com sete pedaços de canela.

●Padê de pinga- Misturar 250 g de farinha de milho amarela com pinga.

●Padê com camarão- Refogar uma cebola em rodelas no dendê e acrescentar meio kg de camarão seco. Juntar 250 g de farinha de milho amarela e misturar.

●Padê de dendê- Aquecer um pouco de dendê e nele refogar ligeiramente uma cebola em rodelas e uma pimenta dedo-de-moça picada. Em separado, umedecer 250g de farinha de milho amarela (respingar água sobre a farinha) e depois juntá-la ao refogado. Misturar e montar a oferenda.

2-Acaçá de Exu Mirim- Dissolver meio kg de farinha de milho amarela em água o suficiente para fazer a massa. Levar para cozinhar, mexendo com uma colher de pau, até que a massa desgrude do fundo da panela. Deixar esfriar e fazer os acaçás, que devem ser enrolados em folhas de mamona untadas com dendê.